
No dicionário vemos claramente esse
verbete dizendo: “tornar público ou notório; mostrar; revelar, afirmar”. Na
sociedade da visibilidade onde ser é aparecer, manifestar-se tornou a coqueluche
dos jovens modernos que nasceram nas lentes do Big Brother Brasil e morreram nos
fleches do Snap ou Instagran.
A manifestação, mais do que um meio
de expressão e de liberdade que só a democracia pode conceder, é, nos dias de
hoje, um meio de visibilidade e status social. A questão é o quanto isso é importante
para o país e de que forma se estruturam.
As pessoas que saem nas ruas não demonstram
claramente a defesa que estão fazendo ou bradando em diversos gritos. É uma
massa sem consonância que grita por gritar sem ter um mínimo de estrutura e
embasamento para estar ali. Vemos isso nas grandes manifestações do ano passado
que demonstraram essa disparidade: uns pediam não a corrupção, outros não a
copa, alguns falavam de educação e outros ainda criticavam o governo atual.
Válido? Tenho minhas dúvidas. Pois quando cada um fala uma coisa ninguém fala
nada.
Falta dar nomes aos culpados.
Manifestar por mais isso menos aquilo é digno, mas se não apontarmos o dedo em
uma pessoa, nada adiantará. É aquilo que no julgamento dos crimes da Segunda
Guerra Mundial chamava-se de “culpa coletiva”. Onde todos são culpados, ninguém
é julgado. “Todos os políticos são ruins! Todos são corruptos! Todos roubam” é
declarar que ninguém deve ser investigado.
Vivemos a era da imagem e não
estamos nem um pouco preocupados com o conteúdo que estamos demonstrando. O
importante é gritar, colocar para fora sem buscar culpados, sem possuir
embasamento.
Enquanto fazemos isso, mudamos a superfície,
fazemos a imagem, a figuração, mas a base e a estrutura permanece a mesma.