Parece que falar contra as cotas raciais é assinar um documento onde
você atesta ser racista. Vivemos a era
das minorias, onde o que importa é ser o mais diferente possível para conseguir
reclamar não direitos, mas privilégios. “É a era moderna, que separa o mundo em
opressores e oprimidos com base em abstrações coletivas” (CONSTANTINO, 2011, p.286).
Luis Felipe Ponde,
filósofo, escreve em seu livro Guia politicamente
incorreto da filosofia a grande verdade da nossa sociedade: “A diferença
entre a velha esquerda e a nova esquerda é que, para a velha, a classe que
salvaria o mundo seria o proletariado (os pobres), enquanto, para a nova, é
todo tipo de grupo de ‘excluídos’: mulheres, negros, gays, aborígenes, índios,
marcianos”.
Hoje para entrar numa
faculdade não é necessário mais estudar. Isso é coisa para países evoluídos que
diferem assistencialismo de meritocracia. Na colônia chamada Brasil basta você
se enquadrar numa minoria e pronto: diploma na mão.
O problema não esta em
apenas dar cotas para negros, índios e surfs, mas mascarar o problema das
instituições de ensino. Por que invés de dar cotas, não damos educação de
qualidade? Porque não iniciamos um processo educacional verdadeiro e paremos de
sucatear o ensino de nosso país? Parece mais fácil dar uma porcentagem das
vagas para alunos que nem sabem o que é porcentagem.
Nos EUA há mais de 40
anos existe esse privilegio e quando analisamos a condição social do negro o
que encontramos? Negros com renda menor e escolaridade inferior à dos brancos. Cotas não resolvem questões de racismos, nem
devem ser medidas temporárias. É necessário
arrumar toda a estrutura que sustenta o negro, o branco, o amarelo no seu
percurso educacional. Igualdade não é tirar de quem tem e dar para quem não tem
isso o Robin Ou faz, igualdade é dar condições de quem não tem, um dia, com seu
esforço poder ter também.
No Brasil, apenas 25%
das pessoas são contrarias as cotas raciais e esse número é bem maior do que o
de brasileiros que concluirão uma faculdade. A verdade é que vivemos um “racismo
reverso” onde ser branco é questão de ter vergonha e lutar por seus sonhos
sendo trabalhador e honesto coisa do passado.
Por que um branco deve
ceder uma vaga conquistada com mérito a uma pessoa de cor, apenas devido à
ancestralidade dela? Se assim o for, tomemos cuidado. Quem sabe um índio não
invada a minha casa e reclame de compensação de terras que o homem branco tomou
dele?
A verdade é que nos
prendemos num passado e nos esquecemos que temos um presente e nele podemos construir
um grande futuro.
Essa questão de cotas
raciais também esbarra em coisas muito simples, como: imagem dois primos, um
negro e o outro branco, mas ambos pobres. Porque o negro merece o privilegio e
o branco não? Enquanto olharmos o passado e a cor não pintaremos uma nação que
finalmente resolveu crescer.
A grande verdade é que
as cotas raciais privilegiam a elite negra burguesa á custa dos pobres brancos,
ou você acredita que o negro que “estuda” numa escola onde nem professor tem conseguirá
se manter numa USP ou Unicamp?
Esse privilégio
contribui também para aqueles imbecis que acreditam que os profissionais de cor
são inferiores confirmando numa possível frase: “Viu? Só entrou por causa de
cotas”.
A beleza de uma
sociedade esta justamente na sua multicoloração, mas uma coisa é dar o pincel
para pinta-la, outra é entregar o quadro pronto e pedir pra você admirar a
paisagem e ali só encontrar um traço mostra os privilegiados dos renegados.
Precisamos ter a mente aberta, mas não tão aberta ao ponto de o cérebro nos
escapar como dizia Chesterton.