O Hino Nacional é considerado um dos quatro símbolos oficiais do nosso
país, ao lado do selo, da bandeira nacional e das armas nacionais. Foi escrito
por Joaquim Osório Duque Estrada no século XIX e tem por características
mostrar o que é o povo brasileiro, sua cultura, suas riquezas.
Durante
essa Copa do Mundo escutamos inúmeras vezes nosso hino sendo cantado pelos
quatro cantos de nosso país. Mas uma frase em especial me preocupa: “verás que
um filho teu não foge á luta”. Talvez estejamos vivendo na atual conjuntura
política e social de nossa nação uma verdadeira luta para retirada dessa tão
importante marca de nosso povo: um povo trabalhador.
O
governo papai a cada dia que passa coloca mais comida na boca de seus filhos,
como um passarinho faz com seu filhote, sem necessitar de esforço e
preocupação. O que até então seria louvável e aplaudido torna-se um grave
problema. Parece que esse governo
assistencialista ao extremo, paternalista no último nível, quer modificar seu
hino nacional quando ele diz: “filho teu não foge a luta”, para “filho teu não
precisa lutar”.
Keyserling,
filósofo alemão dizia que “não se pode conseguir nenhum progresso verdadeiro
querendo facilitar as coias” e em nosso país não só facilitamos, como deixamos
o fácil ainda mais fácil. Que povo estamos construindo? Que sociedade teremos
em 2020? Talvez nem precisássemos ir tão longe, mas que sociedade temos agora?
Estamos
formando uma sociedade que não precisa lut ar, que não precisa trabalhar mais,
porque o governo entrega de forma sem precedentes mesadas e mesadas à custa de
uma pequena classe, essa sim “povo brasileiro”, que ainda não foge a luta e
trabalha de sol a sol.
Trocamos
a meritocracia por facilidades. Vestibular? Cota. Concurso publico? Cota.
Emprego? Não precisa, ganhará a sua bolsa. Quer que seu filho seja bem
sucedido? Receita simples: seja negro, estude em escola publica e se possível
procure alguma descendência indígena na sua arvore genealógica que todo o
futuro dele estará garantido, sem precisar ficar horas e horas debruçado sobre
livros.
Não
estou aqui defendendo o extremo de uma sociedade sem interferência estatal, mas
uma interferência que não mascare os problemas de sua nação entregando tudo de
mão beijada e abraçada, sem mostrar que isto esta sendo dado enquanto o
problema esta sendo resolvido.
Nosso
país não resolve problemas, ele os esconde debaixo de um lindo tapete, que
custou mais caro do se ele resolve-se solucionar a deficiência na hora.
Trocamos
um país que vai a “luta”, para um país que vai ao self service do governo com
seu cartãozinho ou sua certidão de nascimento. É um puro “João sem bracismo”
macunaímico.
No
livro Manifesto do Nada na Terra do Nunca
lemos uma grande verdade: “Através do pior, nos convencemos ser os
melhores. Ninguém em outra parte do globo teve a cara de pau de edificar uma
tese na qual o menos gabaritado, o mais incapaz, é eleito de forma triunfal
como um ser divinizado por sua absoluta falta de condição de competir com
outras culturas, por sua displicente ausência de mérito. Tudo aqui é
distribuição. Nada se conquista” (LOBÃO,2013.p.190).
Essa
falta de meritocracia em nossa sociedade atual é um movimento que se alastra
não mais pela “revolta do proletariado”, mas pelo novo momento da esquerda
política, que acredita que a classe que salvará o mundo não é mais o pobre
trabalhador da industria, mas todo tipo de “excluídos”: mulheres, negros, índios,gays,
marcianos. No livro Esquerda Caviar além
de outras pérolas Rodrigo Constantino diz: “Vitimização grupal, de modo que bastaria
nascer parte de alguma ‘minoria’ para merecer privilégios. É a era moderna, que
separa o mundo em opressores e oprimidos com base em abstrações coletivas”
(CONSTATINO,2013,p.286).
O
slogan do governo: “Brasil: um país de todos” na verdade deveria ser outro: “Brasil:
um país dessa minoria, daquela minoria e daquela outra minoria que não esta
dentro dessa minoria”. As cotas raciais
(e ainda farei um texto sobre isso) é a própria mostra dessa distribuição, onde
a elite negra se beneficia á custa de pobres brancos.
Enquanto
falarmos de raça, falaremos de preconceito. Morgan Freeman em uma entrevista
responde quando perguntado sobre o Dia da Consciência Negra: “o dia em que
pararmos de nos preocupar com consciência negra, amarela ou branca, e nos
preocuparmos com a consciência humana, o racismo desaparecerá”. Onde esta a igualdade quando se divide em
brancos, pretos e amarelos?
Essa
distribuição, esse nivelamento por igual de todos, é tão clássico que o maior
exemplo é dentro da sala de aula. Cada vez mais aprendemos que não existe gente
que não possa estudar, e até ai concordo, mas dizer que todos são inteligentes,
isso é uma burrice. “Os melhores lideram, os médios e medíocres seguem [...] Uma
das maiores besteiras em educação é dizer que todos os alunos são iguais em
capacidade de produzir e receber conhecimento” (PONDÉ, 2012, p.38).
Ayn
Rand, filósofa norte America afirmava que a maior parte da humanidade sempre
viveu ás custas de uma minoria mais capaz e mais inteligente. Poucos carregam
muitos como afirma Luis Felipe Pondé em seu Guia
Politicamente Incorreto da Filosofia. Não são opiniões fascistas, mas sim a
constatação que não há mais como viver num mundo utópico.
Talvez
nosso hino nacional já não seja mais tão nacional assim, pois estamos
transformando um povo lutador em um povo recebedor. Que se acha inteligente, se
acha trabalhador e acima de tudo, se acha digno de cantar o hino nacional com a
cara pintada de verde amarela tendo por baixo uma pela camada de verniz
(custeada pelo governo , é claro).