Houellebecq nos convida a participar de uma eleição presidencial francesa, onde, de um lado temos um partido muçulmano e do outro, um partido de extrema direita. O personagem principal é um professor universitário, de literatura, deprimido e rotineiro, que não encontra muitas felicidades na vida.
A obra por um longo tempo explora esta tensão entre a possibilidade de um partido muçulmano ganhar as eleições e as revoltas civis ao longo de toda a França que não concordam com esta possibilidade.
Penso, que Houellebecq acerta a mão em trazer um assunto fantástico para a literatura, mas este acerto não se ratifica quando lemos seu livro. Falto bagagem, história e dinamismo no enredo. O leitor, ao acabar o livro se pergunta: era isso? Um assunto tão bom, para terminar desta maneira?
Talvez o erro não seja do autor, mas nosso, que esperamos da literatura grandes momentos, conflitos e soluções mágicas. Submissão (2015) não trouxe isto e penso que não era trazer. Michel Houellebecq pode muito bem ter pensado sem grandes expectativas e nos colocado a seguinte afirmação: "é isso mesmo! Se um partido muçulmano ganhar as eleições na França,não temos por que imaginar que estaríamos a beira de uma terceira guerra mundial".
O assunto vale o livro, mas o livro não preenche todo o assunto.